De onde vêm essas explosões de rádio? Os astrônomos ouviram esses sinais do céu várias vezes, mas sempre com o mesmo telescópio (Observatório Parkes, na Austrália). Houve um debate sobre se eles estavam vindo de dentro ou fora da galáxia, ou mesmo da própria Terra (dado que apenas o observatório os estava detectando).
Um novo estudo com um telescópio diferente, o Observatório Arecibo em Porto Rico, conclui que as explosões são de fora da galáxia. É a primeira vez que uma dessas explosões é encontrada no hemisfério norte do céu.
"Nosso resultado é importante porque elimina qualquer dúvida de que essas explosões de rádio sejam realmente de origem cósmica", afirmou Victoria Kaspi, pesquisadora de astrofísica da Universidade McGill que participou da pesquisa. "As ondas de rádio mostram todos os sinais de terem vindo de fora de nossa galáxia - uma perspectiva realmente emocionante".
As explosões rápidas de rádio são uma onda de ondas de rádio que duram alguns milésimos de segundo e, a qualquer momento, existem apenas sete delas no céu, em média, de acordo com o Instituto Max Planck de Radioastronomia. A causa deles é desconhecida. Eles podem ser qualquer coisa, desde buracos negros até estrelas de nêutrons se unindo, até o campo magnético de pulsares (um tipo de estrela de nêutrons) queimando - ou qualquer outra coisa.
O pulso foi encontrado em 2 de novembro de 2012 na constelação de Auriga. Os astrônomos acreditam que está muito longe de medir sua dispersão no plasma, ou a desaceleração das ondas de rádio quando elas colidem com elétrons interestelares. Essa fonte em particular tinha o triplo da dispersão máxima do que seria encontrado dentro da galáxia, afirmaram os astrônomos.
"O brilho e a duração desse evento, e a taxa inferida na qual essas explosões ocorrem, são todos consistentes com as propriedades das explosões anteriormente detectadas pelo telescópio Parkes na Austrália", afirmou Laura Spitler, que liderou a pesquisa. (Ela estava na Universidade de Cornell quando o estudo começou, mas agora está no Instituto Max Planck de Radioastronomia em Bonn, Alemanha.)
Mas outras pesquisas têm sido repetidas para saber se essas são realmente explosões extragalácticas. Um artigo de 2013 supôs que poderia estar colidindo estrelas de nêutrons de longe, enquanto outro disse que poderia ser estrelas próximas queimando.
A pesquisa foi publicada no Astrophysical Journal e também está disponível na versão pré-impressa no Arxiv.
Fonte: Universidade McGill e Instituto Max Planck de Radioastronomia