Crateras de impacto antigas revelam o primeiro equador de Marte

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Desde o bilhão de anos atrás, quando Marte foi formado, nunca foi um planeta esfericamente simétrico, nem é composto de materiais similares, dizem cientistas que estudaram o planeta. Desde a sua formação, ele mudou de forma, por exemplo, através do desenvolvimento da protuberância de Tharsis, uma característica de oito quilômetros de extensão que cobre um sexto da superfície marciana e por atividade vulcânica. Como resultado desses e de outros fatores, seu eixo polar não é estável em relação às características da superfície e é conhecido por ter vagado pelas eras quando Marte girava em torno dele e girava em torno do Sol.

Agora, um pesquisador canadense calculou a localização dos pólos antigos de Marte, com base na localização de cinco bacias de impacto gigantes na superfície do planeta. Jafar Arkani-Hamed, da Universidade McGill em Montreal, Quebec, determinou que essas cinco bacias, denominadas Argyre, Hellas, Isidis, Thaumasia e Utopia, estão todas ao longo do arco de um grande círculo. Isso sugere que os projéteis que causaram as bacias se originaram com uma única fonte e que os impactos rastreiam o equador marciano no momento do impacto, anterior ao desenvolvimento da protuberância de Tharsis, diz ele.

Escrevendo no Journal of Geophysical Research (Planets), Arkani-Hamed calcula que a fonte dos cinco projéteis era um asteróide que circulava o Sol no mesmo plano que Marte e a maioria dos outros planetas. A certa altura, passou perto do planeta, até que a força da gravidade marciana superou a força tênsil do asteróide, momento em que se fragmentou. Os cinco grandes fragmentos teriam permanecido no mesmo plano, o do então equador de Marte. Eles atingiram em diferentes pontos do globo marciano, devido à rotação de Marte em seu eixo na época e aos diferentes períodos de tempo que os fragmentos levaram antes de impactar em Marte.

Arkani-Hamed descreve os locais das bacias resultantes, das quais apenas três estão bem preservadas. Os outros dois foram detectados por análise de anomalias gravitacionais marcianas. O grande círculo que descrevem na superfície marciana tem seu centro na latitude -30 e longitude 175. Ao realinhar o mapa de Marte com esse ponto como o pólo sul, o grande círculo marca o antigo equador.

Arkani-Hamed estima que a massa do asteróide capturado por Marte era cerca de um por cento da massa da Lua da Terra. Seu diâmetro estava na faixa de 800 a 1.000 quilômetros [500 a 600 milhas], dependendo da densidade, que não pode ser determinada.

O significado das descobertas de Arkani-Hamed, se confirmado por pesquisas adicionais, é que a extensão da água subterrânea presumida em Marte teria que ser reavaliada. "A região perto do atual equador estava no pólo quando a água corrente provavelmente existia", afirmou ele em comunicado. “À medida que a água superficial diminuiu, as calotas polares continuaram sendo a principal fonte de água que provavelmente penetrou em camadas mais profundas e permaneceu como permafrost, subjacente a um denso reservatório de água subterrânea. Isso é importante para futuras missões tripuladas em Marte. ”

Fonte original: AGU News Release

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