A NASA perdeu a chance de visitar o Cometa Halley em 1986, quando o famoso sentinela se aproximava da Terra, como acontece a cada 76 anos. Felizmente para a história, os europeus passaram por Giotto neste dia (13 de março) em 1986, e algumas outras nações enviaram suas próprias sondas.
A história completa da retirada da NASA está na descrição de Bruce Murray Viagem ao espaço: as três primeiras décadas da exploração espacial. Murray, ex-diretor do Laboratório de Propulsão a Jato, tem capítulos e mais capítulos sobre Halley, mas aqui estão alguns destaques notáveis.
Primeiro de tudo, havia pelo menos três iniciativas para a NASA enviar uma missão ao famoso cometa. As missões abaixo estão em ordem cronológica, e parece que foi somente quando a anterior foi morta que a seguinte foi prevista:
– Vela solar.Essa missão usaria o poder do vento solar - bits fluindo do sol - para trazer uma espaçonave à influência gravitacional de Halley. De fato, a sonda ficaria com Halley à medida que saía do sistema solar e retornaria (morta há muito tempo) quando Halley voltasse em 2061.
– Um encontro com o cometa Tempel 2.Outra idéia seria ver uma espaçonave balançar perto do cometa Tempel 2, mas também ter uma sonda que tiraria uma foto de Halley à distância. A NASA também considerou dividir a missão em duas para atender aos requisitos orçamentários anuais, mas o Grupo de Trabalho Cometa Ciência foi legal com a idéia. Também se pensou em trazer os europeus para essa missão, mas isso nunca deu certo.
– Hardware do tipo Galileu.Uma terceira iniciativa fez com que o Laboratório de Propulsão a Jato visse um sobrevôo distante de Halley, basicamente usando tipos semelhantes de peças que voaram em uma espaçonave (chamada Galileu) para Júpiter.
Todas essas três iniciativas caíram em cortes no orçamento durante as décadas de 1970 e 1980. O que causou os cortes no orçamento? Em grande parte, o programa de ônibus espaciais. Certamente, o ônibus espacial era uma peça impressionante de hardware, e não estamos duvidando do que contribuiu para a construção da Estação Espacial Internacional e para os voos espaciais humanos em geral. Mas era um projeto grande e naqueles tempos difíceis, algo tinha que dar.
Talvez o cancelamento mais interessante tenha ocorrido em 1979, quando o administrador da NASA Robert Frosch e seu vice foram ao escritório do presidente Jimmy Carter para defender o caso de dois projetos: um sistema de propulsão solar elétrico que acabaria por alimentar a missão Halley-Tempel 2 e o Observatório Compton Gamma Ray (que voou para o espaço, após muitos atrasos, em 1991).
Carter, segundo Murray, estava lendo um livro sobre buracos negros escrito por Walter Sullivan, doNew York Times.(Estamos assumindo que é o livro de 1979Buracos Negros: A Borda do Espaço, o Fim dos Tempos.) Quando apresentou as opções, Carter disse que era "parcial em relação aos raios gama por causa dessa conexão com o problema do buraco negro".
Isso sinalizou o começo do fim da missão Halley-Tempel 2 da NASA.