Observando as fotos acima de um furacão de Saturno, não podemos deixar de imaginar: a que distância a sonda Cassini estava próxima de se transformar em espiral no nada gasoso?
Essas imagens estonteantes de um furacão em Saturno, é claro, surgiram quando a espaçonave passou por cima a uma distância segura. O objetivo da NASA em examinar esse enorme furacão é descobrir seus mecanismos e compará-lo com o que acontece em nosso planeta.
Furacões na Terra mastigam vapor de água para continuar girando. Em Saturno, não há grande quantidade de água para captar, mas ainda há vapor d'água nas nuvens para ajudar os cientistas a entender mais sobre como os furacões na Terra começam e continuam.
"Demos uma olhada dupla quando vimos esse vórtice, porque parece muito com um furacão na Terra", afirmou Andrew Ingersoll, membro da equipe de imagens da Cassini no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. "Mas lá está em Saturno, em uma escala muito maior, e de alguma forma está conseguindo sobreviver com pequenas quantidades de vapor de água na atmosfera de hidrogênio de Saturno."
Há uma grande mudança na atividade de furacões que você observaria se mudasse repentinamente da Terra para Saturno: esse gigante - 2.000 milhas (2.000 quilômetros) de largura, cerca de 20 vezes o equivalente na Terra - gira muito mais rápido.
Nos olhos, os ventos na parede aceleram quatro vezes mais rápido do que o que você encontraria na Terra. O furacão também permanece no pólo norte. Na Terra, os furacões seguem para o norte (e eventualmente se dissipam) devido às forças do vento geradas pela rotação do planeta.
"O furacão polar não tem mais para onde ir, e é provavelmente por isso que ele ficou preso no poste", afirmou Kunio Sayanagi, uma equipe de imagens da Cassini associada à Hampton University em Hampton, Va.
A Cassini detectou a tempestade inicialmente em 2004 através de sua câmera infravermelha, quando o pólo norte estava envolto em escuridão durante o inverno.
A sonda capturou a tempestade pela primeira vez em 2009, quando os controladores da NASA alteraram a órbita de Cassini para que pudesse ver os pólos.
Saturno, é claro, não é o único gigante de gás no sistema solar com furacões enormes. A Grande Mancha Vermelha de Júpiter está em fúria desde antes dos humanos a avistarem nos anos 1600. Parece estar encolhendo e pode se tornar circular até 2040.
Netuno também possui furacões que podem atingir velocidades de 1.300 milhas (2.100 quilômetros) por hora, apesar de sua natureza fria; ele até viu uma Grande Mancha Escura durante o sobrevôo da Voyager em 1989 que depois desapareceu de vista. Urano, que os cientistas acreditavam anteriormente estar quieto, também é um lugar bastante tempestuoso.
Confira este vídeo do YouTube para obter mais detalhes sobre como a tempestade de Saturno funciona.
Fonte: Laboratório de Propulsão a Jato