A atmosfera de Titã surpreendeu os cientistas

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Sonda Huygens descendo pela atmosfera de Titã. Crédito da imagem: ESA Clique para ampliar
Forte turbulência na atmosfera superior, uma segunda camada ionosférica e um possível raio estavam entre as surpresas encontradas pelo HASI durante a descida à superfície de Titã.

O HASI forneceu medições de uma altitude de 1400 km até a superfície das características físicas da atmosfera e da superfície, como perfis de temperatura e densidade, condutividade elétrica e estrutura da superfície. O SSP Huygens fez medições logo acima e na superfície de Titã.

A estrutura atmosférica de alta altitude foi deduzida de medições anteriores de ocultação solar pela Voyager, mas a atmosfera média (200 a 600 km) não foi bem determinada, embora as observações telescópicas indicassem uma estrutura vertical complexa.

Muito pouco se sabia sobre a superfície de Titã porque ela está oculta por uma espessa 'neblina' - especulação inicial era de que a superfície estava coberta por um oceano profundo de hidrocarbonetos, mas as medições por infravermelho e radar mostraram contrastes definidos de albedo - possivelmente consistentes com lagos, mas não com um oceano global.

Observações anteriores mostraram que a pressão na superfície de Titã era comparável à da Terra, e que o metano formava uma contrapartida plausível à água terrestre na formação de nuvens e chuvas. Também havia especulações sobre a possibilidade de ocorrência de raios na atmosfera de Titã que poderiam afetar a composição química da atmosfera.

A HASI descobriu que na parte superior da atmosfera, a temperatura e a densidade eram mais altas do que o esperado. A estrutura de temperatura mostra fortes variações ondulatórias de 10 a 20 K, com uma média de cerca de 170 K. Isso, junto com outras evidências, indica que a atmosfera de Titã tem muitas camadas diferentes.

Modelos da ionosfera de Titã previam que os raios cósmicos galácticos produziriam uma camada ionosférica com uma concentração máxima de elétrons entre 70 e 90 km de altitude. A HASI também surpreendeu a equipe de Huygens ao encontrar uma segunda camada ionosférica inferior, entre 140 km e 40 km, com a condutividade elétrica chegando perto de 60 km.

HASI também pode ter visto a assinatura de um raio. Vários eventos de impulso do campo elétrico foram observados durante a descida, causados ​​por uma possível atividade de raio no guia de ondas esférico formado pela superfície de Titã e pelos limites internos de sua ionosfera.

A resolução vertical da medição de temperatura foi suficiente para resolver a estrutura da camada limite planetária. Essa camada limite tinha uma espessura de cerca de 300 m no local e hora do pouso. A temperatura da superfície foi medida com precisão em 93,65 ± 0,25 K e a pressão 1467 ± 1 hPa (muito próxima das medições feitas anteriormente pela Voyager, cerca de 95K e 1400 hPa).

Fonte original: ESA Portal

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