Imagine esse cenário de "morte dos céus"; uma minúscula supernova se esconde invisível perto do Sol. Astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA) anunciaram hoje a descoberta de um objeto desse tipo e, embora não esteja próximo, esse novo tipo de supernova é tão fraco que se escondeu nas sombras.
Até agora, as supernovas vieram em duas versões principais. Em um cenário, uma estrela enorme, 10 a 100 vezes mais massiva que o nosso Sol, entra em colapso, causando uma explosão estelar colossal. Outro cenário, conhecido como supernovas do tipo Ia, ocorre quando o material de uma estrela-mãe flui para a superfície de uma anã branca. Com o tempo, tanto material cai sobre a anã branca que aumenta a temperatura do núcleo, acendendo o carbono e causando uma reação de fusão descontrolada. Esse evento interrompe completamente a anã branca e resulta em uma explosão estelar colossal.
Agora, os astrônomos encontraram um terceiro tipo que é mais fraco e menos energético do que um tipo Ia. Chamada de supernova Tipo Iax, é "essencialmente uma mini supernova", diz o principal autor do estudo Ryan Foley, Clay Fellow do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA). "É o nanico da ninhada de supernova".
Sendo apenas cerca de um centésimo do que seus irmãos de supernova, Foley calcula que as supernovas tipo Iax são cerca de um terço tão comuns quanto as supernovas tipo Ia. Os pesquisadores também não os encontraram em galáxias elípticas, cheias de estrelas mais velhas, sugerindo que as supernovas tipo Iax provêm de sistemas estelares jovens.
Até agora, Foley e sua equipe identificaram 25 exemplos desse novo tipo de supernova. Com base em observações, a equipe descobriu que as novas supernovas Tipo Iax vêm de sistemas estelares binários contendo uma anã branca e uma estrela companheira que queimaram todo o seu hidrogênio, deixando uma camada externa rica em hélio.
Em um comunicado de imprensa, Foley diz que não tem certeza do que desencadeia a supernova Tipo Iax. Uma explicação envolve a ignição da camada externa de hélio da estrela companheira. A onda de choque resultante bate na anã branca e a interrompe, causando a explosão. Como alternativa, a anã branca pode incendiar-se primeiro devido à camada de hélio que recolheu da estrela companheira.
“De qualquer forma, parece que em muitos casos a anã branca sobrevive à explosão, ao contrário de uma supernova tipo Ia, onde a anã branca é completamente destruída”, diz Foley. "A estrela será machucada e machucada, mas poderá viver para ver outro dia."
As explosões de supernovas liberam tanta energia quanto calor e luz que ofuscam galáxias inteiras por breves períodos de tempo. As condições extremamente quentes criam naturalmente novos elementos mais pesados, como ouro, chumbo, níquel, zinco e cobre. A explosão enriquece a área circundante, deixando material para a formação de novas estrelas.
"As supernovas tipo Iax não são raras, são apenas fracas", explica Foley. “Por mais de mil anos, os humanos têm observado supernovas. Todo esse tempo, essa nova turma esteve escondida nas sombras. ”
Esta pesquisa foi aceita para publicação em The Astrophysical Journal e está disponível online.